“SOMOS QUEM PODEMOS SER” (Engenheiros do Hawaii)


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sankofa

 

Voltar para trás é recuperar o que você perdeu, essa é a lição que a simbologia do Sankofa quer nos transmitir.Sankofa é um pássaro de passagem, uma ave migratória, ela está sempre olhando para trás. É uma maneira de dizer que apesar do pássaro voar para frente olha continuamente para trás, para o seu passado, o que nos faz crer que para entender o presente necessitamos compreender o passado.Sankofa transmite mensagens como: volte e pegue, sempre podemos corrigir os nossos erros, para ir adiante é preciso retornar ao passado.Os Griot, nome dado aos contadores de histórias africanos, tão valorizados em sua sociedade são uma marca de como esses povos valorizam e compreendem a importância que o passado tem na vida das pessoas, dando um exemplo de como o idoso é trato na cultura africana, é o sábio, bem diferente da nossa, onde os mesmos são tratados como inválidos.

Fonte: http://claudio-zeiger.blogspot.com.br/2012/02/sankofa-simbolo-adinkra.html

Visita às ruínas do Castelo Garcia D'Ávila














quinta-feira, 5 de julho de 2012

Identidade Distorcida - Bonecas Negras



Acredito na importância de está sempre propondo reflexões sobre a ideologia que é veiculada através das mídias, sejam elas impressas ou áudio visuais, pois penso que tanto podem favorecem o desenvolvimento do senso crítico como da alienação, por isso, proponho aos visitantes do blog um pensar sobre as ideologias transmitidas através de novelas, revistas em quadrinhos, desenhos animados, propagandas e comerciais os quais contribuem para que crianças possam ter essas visões de belo e feio de bom e de mal, as quais contribuem de forma extremamente negativa para a construção de identidades negras.

Perfil de uma Liderança Negra em Caém

 

 

Laurinda Virgilina dos Santos

 
Laurinda Virgilina dos Santos, popularmente conhecida como Laurinda, tem 63 anos de idade, sendo natural da Fazenda Gravatá, município de Caém- Bahia, tendo como pais- José Francisco dos Santos e Anita Virgilina dos Santos; a mãe é natural da mesma região que já citei e o pai de Filadélfia, cidade próxima a Senhor do Bonfim. O pai da entrevista teve três famílias incluindo a mãe dela com a qual teve quatro (04) filhos, sendo que ela foi criada por uma das madrastras já que sua mãe morreu bem jovem sendo ela ainda uma criança ainda de colo; os outros irmãos filhos de outras mães totalizam segundo a mesma uns quinze (15) irmãos. A senhora Laurinda é casada e teve sete (07) filhos, dos quais, sobreviveram somente dois: Edvaldo V. dos Santos que ainda mora com ela e seu esposo e Noelson V. dos Santos que mora na capital do estado, Salvador há uns 15 anos. A entrevistada é devota de Santo Antonio para o qual construiu uma capela com ajuda de visinhos e amigos, sendo a mesma construída próximo de sua casa; católica, sempre gostou e esteve à frente do reisado de sua localidade por acreditar que onde se canta reis não se passa por longos períodos de estiagem, fome, sendo abençoados os cantadores com paz e saúde. Apesar de não praticar nenhuma religião de matriz africana, afirma não ter nada contra, desde que faça o bem às pessoas como rezar, ensinar um chá etc, ela diz ter um irmão praticante da mesma religião.
            A entrevistada estudou somente até a 1ª série do ensino fundamental, segundo ela, por que o pai não permitia que fosse a escola para não aprender a fazer carta para os namorados. Além do trabalho na lavoura, que sempre praticou como meio de subsistência a principal atividade desenvolvida por ela é a arte de fazer cestos entre outros objetos feitos com o cipó e taboca como bolsas, colares, argolas etc.
            Enquanto liderança na sua comunidade, o primeiro trabalho foi à realização do terno de Reis que a mesma esteve à frente durante mais de vinte anos (20), só abandonado há uns cinco anos atrás, por conta de usar o marca-passo, já que a mesma tem problemas cardíacos e por isso não pode fazer grandes esforços para cantar. Nessa atividade ela sempre esteve à frente, desde a confecção das vestimentas, até a organização dos ensaios, datas e locais de apresentações. Na realização dessa tarefa sempre contou com o apoio da igreja na pessoa do Padre José e principalmente da comunidade que sempre acompanhou suas apresentações nunca deixando a mesma sozinha. A outra atividade de liderança desempenhada pela entrevistada e que tem um grande reconhecimento do povoado onde vive é a organização das cesteiras de sua comunidade em uma associação, a mesma conta que desde menina aprendeu com a mãe a arte de fazer cestas usando o cipó, quando jovem, saia de sua comunidade para fazer cestas com amigas em outras localidades vizinhas e na cidade de Caem a qual sua comunidade pertence, com o dinheiro que ganhava com sua arte comprava objetos pessoais. A valorização da produção por parte da comunidade era muito pequena e ela saia vendendo pelas feiras da região seus objetos que naquela época era principalmente o cesto. Como apoio do SEBRAE participou de cursos de capacitação e associacionismo com outras mulheres de sua região. A associação foi fundada, por ela e vizinhas, porém, segundo a mesma está quase acabando, ela afirma está cansada e não vê nas colegas mais jovens o interesse em manter a associação de pé, segundo ela, o individualismo tem feito com que as atividades da associação sejam cada vez menores. Nos primeiros anos segundo ela, motivadas pelos cursos promovidos pelo SEBRAE o interesse das mulheres cesteiras era maior e a comunidade apoiava comprando os objetos fabricados, a Secretária de Educação Municipal realizou encomendas de objetos, no entanto a remuneração era pequena quando vão dividir os lucros da associação, o que ela acredita ser o principal fator de desmotivação das companheiras que tem a arte como meio de sobrevivência. A entrevistada afirma que vê nos objetos que hoje elas são capazes de fabricar a amostra da capacidade que possuem de criar e fazer coisas tão belas, com o cipó e a taboca, já que antes da associação elas só faziam cestos e hoje elas são capazes de fazer várias coisas, tipo bolsas de vários modelos, acessórios, baús. Em relação ao futuro afirma que seu desejo é o de vê a associação que ela tanto lutou para que existisse continuar e crescer, como ela tem visto outras associações formadas no município, porém não tem grandes expectativas.

Vista a minha pele

 Uma exelente produção que nos faz refletir sobre as relações raciais no cotidiano escolar: